A ingestão diária de três copos de leite é a melhor receita para prevenir doenças causadas pela falta de cálcio na dieta alimentar como, por exemplo, a osteoporose. Essa preocupação não seria grave se adultos e crianças brasileiras fossem mais cuidadosos com a ingestão diária de cálcio. No entanto, estudos diversos apontam para uma deficiência assustadora na ingestão de cálcio, potencializada pelo não cumprimento das recomendações sobre lácteos do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2006 pelo Ministério da Saúde.
“Este é um problema antigo e de âmbito mundial. O consumo de cálcio, no mundo todo, é abaixo do esperado. No Brasil, um estudo multicêntrico, efetuado há 10 anos, continua atual e mostra o consumo de cálcio reduzido nas famílias de grandes cidades do País, beirando apenas a metade do valor recomendado”, comenta a Dra. Mariana Danelon, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), da USP de Piracicaba. Segundo ela, “o consumo de cálcio, seja por leite ou outro lácteo, deve ser diário, permanente, desde criança até um adulto de 70 anos, pois ajuda a fortalecer a massa óssea”.
O valor recomendado para ingestão diário de cálcio varia conforme a idade e a relação entre formar, manter e perder massa óssea. Até os 30 anos, o período é de formação óssea do corpo. Até os 50 anos, há um equilíbrio entre manter e ganhar massa óssea, enquanto depois dos 50 perde-se mais do que se mantém. Dentro do corpo humano, o cálcio fica no osso ou vai para corrente sangüínea sendo utilizado em outros processos do metabolismo, como contração ou relaxamento do músculo. Além disso, o cálcio também pode ser expelido do organismo pelos rins.
Outro estudo da Dra. Mariana, realizado em escolas públicas municipais e estaduais da região de Campinas (interior de São Paulo) com 300 adolescentes de 10 a 14 anos, aponta que 90% dos entrevistados apresentam deficiência de cálcio na dieta alimentar. “É uma realidade que também retrata a situação de muitas cidades brasileiras. Normalmente, na infância e adolescência a ingestão diária de cálcio deve ser de 1.300 ml, quando o cálcio fica no osso. Já na vida adulta, de 1.000 até 1.200 ml. Infelizmente, a realidade brasileira é de, em média, 700 ml, comprometendo a saúde e possibilitando a propagação de importantes doenças originárias dessa insuficiência”, complementa.
Ao avançar na idade, o ser humano perde gradativamente massa óssea. Muitos são os fatores que acrescentam esta perda como, por exemplo, o sexo, pois a mulher perde mais que o homem. “A maioria dos cientistas e médicos afirma que a ingestão de cálcio deve ocorrer durante a vida inteira”, relembra a Dra. Mariana.
AVISO IMPORTANTE:
O leite não é medicamento, mas um alimento. Como tal, os benefícios do leite só se manifestam quando ele faz parte de uma alimentação equilibrada.
As informações do site bebaleite tem caráter meramente informativo e não devem ser entendidas como uma recomendação ou uma sugestão de tratamento. Somente um médico ou profissional de saúde habilitado pode fazê-lo.
Qual a quantidade de laticínios que você precisa?
Os derivados do leite são ricos em proteínas e vitaminas; confira a quantidade necessária por dia em cada etapa da vida.
Laticínios: quanto você precisa?
Os derivados do leite fornecem proteínas, vitaminas A, D, B12 e ácido fólico, além de constituírem uma excelente fonte de cálcio. Entretanto, por serem alimentos ricos também em gordura saturada, pessoas com colesterol elevado ou obesidade são aconselhadas a optar sempre por produtos semidesnatados ou desnatados.
Confira as necessidades diárias, dependendo de algumas características pessoas.
(Idade > Quantidade recomendada de cálcio por dia > Porções de laticínios indicada por dia)
Primeira infância > 500 a 800 mg > 2 porções
Crianças > 800 a 1 000 mg > 2 a 3 porções
Adolescentes > 1 000 mg > 3 a 4 porções
Adultos > 800 mg > 2 a 3 porções
Grávidas > 1 400 a 1 600 mg > 3 a 4 porções
Durante a amamentação > 1 500 a 1 700 mg > 3 a 4 porções
Acima dos 60 anos > 800 a 1 000 mg > 2 a 4 porções
FONTE: SportLife
