Os brinquedos educativos têm um papel fundamental no desenvolvimento das crianças, mas a participação dos pais é essencial em todo o processo
Eufórico, Oswaldo Andreozzi entra na loja de brinquedos educativos Trenzinho, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, e anuncia: “Vim comprar um presente para a minha quinta bisneta”. Aos 87 anos, Andreozzi já viu os brinquedos mais surpreendentes. Mas, nem por isso, deixou de lado os carrinhos de madeira e as bonecas de pano na hora de presentear os netos e bisnetos. “Sempre compro esses presentes pela contribuição com o desenvolvimento”, diz Andreozzi.
E ele está certo. Os brinquedos educativos contribuem para o desenvolvimento motor e cognitivo, principalmente nos primeiros anos da infância. Até os 6 anos de idade, não se pode dispensar brinquedos de pegar, montar e sentir. “Há brinquedos educativos, pensados e criados especialmente com o objetivo de estimular uma aprendizagem ou auxiliar no desenvolvimento de uma potencialidade”, diz Adriana Friedmann, doutora em antropologia e educadora especialista na área de infância e jogo. “Mas qualquer objeto, não necessariamente pensado para ser educativo, pode assumir essa mesma função, desde que respeitando a faixa de idade e, principalmente, a segurança da criança”, acrescenta.
É importante lembrar que o interesse pelo brinquedo começa antes da escolha na loja. “Na hora de comprar, a dica é fazer uma leitura do que tem dentro da caixa. A criança compra pela embalagem, pelo entusiasmo do que está do lado de fora. Por isso, é preciso ler e informá-la do conteúdo”, afirma Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da Faculdade de Educação da PUC – SP e diretora do núcleo de cultura e pesquisas do brincar.
Uma vez feita a escolha, na hora da brincadeira é importante a criança aprender a brincar, brincando. Portanto, entregue o brinquedo e deixe que ela o explore. Mas não basta apenas dar os brinquedos e não ensinar a criança a usá-los. Elas aprendem por imitação, então, quando veem os pais brincando, tendem a ter a mesma atitude. Mas isso é válido apenas num primeiro momento. Depois, é aconselhado deixar os pequenos recriarem a sua forma de brincar. Adriana salienta que “cada criança
é única e precisa ser respeitada na sua singularidade, nunca forçada”.
O passo a passo funciona e ajuda a levar brinquedos educativos às crianças. Oswaldo Andreozzi que o diga. Há duas gerações tem feito essa opção.