Um estudo britânico, publicado na edição on-line da revista médica "Lancet", afirma que a diferença na pressão arterial sistólica dos braços de um indivíduo pode indicar uma doença vascular.
As artérias que se encontram sob a clavícula são responsáveis pelo fornecimento de sangue para os braços, as pernas e o cérebro.
A interrupção desse abastecimento sanguíneo (principalmente no caso de diabéticos e fumantes) resultaria em um ataque cardíaco ou outros problemas de saúde como a doença vascular periférica (falha no fluxo normal). Por isso, os médicos do estudo aconselham medir a pressão arterial de ambos os braços.
"Tradicionalmente, a maioria das pessoas checa a pressão de apenas um deles", diz o médico William O neill, professor de cardiologia da Escola de Medicina Miller, da Universidade de Miami (EUA). "Mas se há uma diferença, então uma das artérias pode [estar obstruída]."
Para chegar a essa conclusão, uma equipe da Universidade Exeter (Inglaterra) liderada pelo médico Christopher Clark reviu 28 estudos científicos sobre pressão arterial sistólica.
Eles descobriram que uma diferença de 15 milímetros de mercúrio (mm Hg; unidade de medida da pressão) ou mais entre as leituras do braço direito e do esquerdo está relacionada a um risco maior de se ter uma das artérias parcialmente entupida.
Essa diferença na medição, percebida pelo grupo, significou ainda que há risco 2,5 vezes maior de redução do fluxo sanguíneo para as pernas e os pés e de 1,6 vez para o cérebro.
De acordo com os autores do estudo, não importa qual é o braço que apresenta maior ou menor pressão arterial, mas sim a diferença entre eles.